Das barcaças para os chaços, isto está a correr bem….aha
Ora, como julgo saberem em Luanda não existem estradas organizadas nem passeios, passadeiras, semáforos, etc… e os poucos que há eles não sabem bem para que servem ou se sabem não os respeitam, por isso de nada servem. É exactamente por esta razão que em Luanda só se compram Jeeps possantes, que sejam resistentes a buracos, terra, calhaus, lombas etc… Os carrinhos normais que se vêm são aqueles que vão e vêm dos musseques, que são mais velhos que a Sé de Braga e são conduzidos por locais.
No entanto, passeia-se pela cidade uma tal, de já intitulada, Fúria Azul. Um Fiat Punto 700 cc azul eléctrico que não se roga a programa nenhum e que leva tudo à sua frente. Uma vez dentro dele uma simples lomba poderá tornar-se numa montanha, uma poça de água, numa piscina que nos faz ficar com água até ao capô, um buraco numa cratera onde ficamos enterrados, e uma simples subida do estilo, Calçada da Estrela, só é possível se desligarmos o ar-condicionado (ahah muito bom), ultrapassagens em estradas tipo Nacional, só são permitas em descidas e aproveitando o cone de ar do jeep da frente. Tudo isto só é possível dado o dom inato dos Amarais para a condução, caso contrário não conseguiríamos sair de “casa” com esta maravilhosa viatura com que diariamente nos deslocamos.
domingo, 28 de junho de 2009
As aventuras de barco continuam…
Este fim de semana fomos, juntamente com o Diogo Soares Franco, passar o Sábado ao Mussulo, mais propriamente ao Bar Sul que, como o próprio nome indica é um Bar/ Restaurante na praia com uns coqueiros e umas camas na areia super lounge! Este era o dia ideal de praia não fosse a já conhecida sina com os barcos neste país. Ora para se chegar ao Mussulo tem que se ir de barco e para apanhar o barco tem de se passar pelo embarcadouro, que assim de repente faz-me lembrar a experiência do aeroporto (dezenas de miúdos em cima de nós a pedirem para nos levar as malas e ajudar em troca de uns kwanzas). Ontem passou-se o mesmo, vem um primeira avalanche de miúdos para ver quem fica a guardar o carro e quando achamos que nos livrámos da confusão, vem logo em seguida um segundo grupo para ver quem nos arranja o barco e fica responsável por nos trazer. Uma confusão do cacete que o Mister Amaral já domina com Tranquilidade!
Para não andarem por aí a dizer que estas gajos são uns sortudos que passam a vida a andar barco, passo a descrever a barcaça em que nos deslocámos: Um barquinho de pesca em que a sua estrutura deixa a desejar, uns fabulosos bancos constituídos por tábuas de madeira assentes numas reentrâncias da estrutura, uns coletes que deveriam ser azuis ou côr de laranja mas dado o uso são praticamente pretos, por falar nisto o barco vai á pinha de tal modo que os 3 tivémos de partilhar a mesma tabuinha, e o que o faz andar é um motorzinho e um garrafão de gazolina, remos para alguma eventualidade, nem em sonhos!
O Dinho, motorista do barco foi o que ficou encarregue de nos levar e trazer às 16:00. Á hora combinada lá estava ele. Diogo SF entrou logo no barco muito decidido, já o Amaral ligou-lhe para o Telemóvel, para confirmar que era mesmo ele (uma vez que são todos iguais) para não criar nenhuma confusão. Já no barco empurrados por um terceiro, e a uns metros da costa o motor pára! Temeu-se o pior! O Dinho bem puxa a corda do motor para pô-lo a funcionar e nada. Ora parece que tinha chegado a tal eventualidade que falámos à pouco, e onde andam os remos?? Fiquem descansados que apesar de termos visto a vida andar para trás, ninguém teve de saltar para os tubarões, porque o espectacular Dinho conseguiu ao fim da centésima quinta tentativa, já com os bafos de fora, por o motor a funcionar.
Para não andarem por aí a dizer que estas gajos são uns sortudos que passam a vida a andar barco, passo a descrever a barcaça em que nos deslocámos: Um barquinho de pesca em que a sua estrutura deixa a desejar, uns fabulosos bancos constituídos por tábuas de madeira assentes numas reentrâncias da estrutura, uns coletes que deveriam ser azuis ou côr de laranja mas dado o uso são praticamente pretos, por falar nisto o barco vai á pinha de tal modo que os 3 tivémos de partilhar a mesma tabuinha, e o que o faz andar é um motorzinho e um garrafão de gazolina, remos para alguma eventualidade, nem em sonhos!
O Dinho, motorista do barco foi o que ficou encarregue de nos levar e trazer às 16:00. Á hora combinada lá estava ele. Diogo SF entrou logo no barco muito decidido, já o Amaral ligou-lhe para o Telemóvel, para confirmar que era mesmo ele (uma vez que são todos iguais) para não criar nenhuma confusão. Já no barco empurrados por um terceiro, e a uns metros da costa o motor pára! Temeu-se o pior! O Dinho bem puxa a corda do motor para pô-lo a funcionar e nada. Ora parece que tinha chegado a tal eventualidade que falámos à pouco, e onde andam os remos?? Fiquem descansados que apesar de termos visto a vida andar para trás, ninguém teve de saltar para os tubarões, porque o espectacular Dinho conseguiu ao fim da centésima quinta tentativa, já com os bafos de fora, por o motor a funcionar.
Santos Populares na Barra do Kwanza
Os angolanizados também tiveram direito aos seus Santos Populares, como não poderia deixar de ser. No entanto, este ano, esta data foi celebrada de um modo totalmente diferente das tão tradicionais sardines on carvon, sangria e belo do Bailarico!! A malta Portuga de Luanda resolveu juntar-se e ir passar o fim de semana ao Bruce, um aldeamento de Bungalows em cima de água na Barra do Kwanza. Assim, reuniram-se neste fim-de-semana cerca de 50 Portugueses que se encontram cá a viver e durante dois dias, comeram, beberam, fizeram muito surf e descansaram. A noite de Sábado para Domingo foi obviamente a melhor! As latas de cerveja começaram a surgir vazias em cima da mesa ainda não eram 19h, o jantar foi servido às 20:00, o que apesar de parecer cedo, cá já é noite cerrada há 2 horas. Por estranho que pareça às 23:00 já se dançava como se fossem 4 de manhã e as coisas aqueceram ao ponto de se terem feito pedidos de casamento. No dia seguinte estava tudo a ressacar na praia, até os habituais surfista dormiam na areia.
Para este casal recentemente chegado e tão tradicionalmente Português, apesar de toda a animação ficaram claramente a faltar as sardines e o belo do bailarico, é caso para se dizer “Até ao nosso regresso……………….!”
Para este casal recentemente chegado e tão tradicionalmente Português, apesar de toda a animação ficaram claramente a faltar as sardines e o belo do bailarico, é caso para se dizer “Até ao nosso regresso……………….!”
terça-feira, 9 de junho de 2009
Hospedagem
Como alguns já vão sabendo, a nossa odisseia já foi carimbada por três hospedarias diferentes, a saber:
• Roça das Mangueiras – Ilha do Mussulo (4 noites sozinho e 1 com a Mariana)
• Hospedaria Bunker – Ilha de Luanda (15 noites)
• Hotel Trópico – Centro de Luanda, mais propriamente Kinaxixi (15 noites)
Vou tentar agora efectuar, com a maior brevidade possível, uma descrição de cada um destas casas de descanso
Roça das Mangueiras (a.k.a., “Resort” do Mussulo)
Resort ao melhor estilo Angolano, isto é, espaço muito engraçado mas a comodidade a roçar os mínimos olímpicos. Quer com isto dizer que o quarto apesar de ter umas dimensões generosas, obrigava todos os dias antes de nos deitarmos a alguma actividade física (atenção, nada de piadas), refiro-me à caça da melga, uma vez que estas teimavam em descansar juntamente connosco.
Pequeno almoço simpático, junto da piscina do “Resort” e no meio das palmeiras, muito engraçada. Na eficiência do serviço estava mais uma vez espelhada a escola de hotelaria de Luanda, dou como exemplo o dia em que sozinho a tomar o pequeno almoço (penso mesmo que sozinho no hotel), pedi um copo de sumo e o empregado agradeceu o meu pedido (espante-se) e saiu, voltou pouco depois com um reservatório de 10 litros para junto das mesas, onde despejou um pacote de 1 litro de sumo. Após terminada esta tarefa (que demorou cerca de 20 minutos) foi orgulhosamente encher o que seria o meu copo no reservatório de 20 litros. Está criada uma nova escola de pensamento filosófico, act without thinking. Mas penso que estes pequenos mimos fazem parte da nossa aventura, nomeadamente a osga que avistámos com uma barata na boca, cenário que se confundia com um programa do National Geographic, em que um crocodilo come um veado.
Mas enfim, tirando isto o hotel até não era mau. Hehehe
Nota: O nome foi dado por nós, uma vez que nada identificava este pólo turístico de Luanda
Hotel Sinistro
Este foi o hotel que precipitou a nossa mudança para o Hotel Trópico, não se encontra referido na listagem inicial porque nunca chegámos a pernoitar nele, os 5 segundos que tivemos lá dentro bastaram para perceber que estávamos ir longe de mais, ie, baixo de mais. Retirámo-nos com a educação que nos é característica e fomos em busca de um novo hotel.
Depois de um sábado inteiro à procura, já no final do dia em desespero de causa ligámos para o Trópico onde nos dizem que têm vagas para 1 semana. Então, 1 semana será.
Hotel Trópico
Meu já bem conhecido hotel, onde a maioria já me conhece a Mariana teve o descanso que já merecia, naquela que foi a sua última semana antes de iniciar a nova actividade. Aqui sim, vingou-se, no primeiro dia foi vê-la em massagens, piscina, jacuzzi, ginásio, etc. no fundo, tirar a barriga de misérias, isto tudo enquanto o escravo trabalhava. Esta é a nossa morada até à data e assim deve permanecer até que mudemos de casa, o que se espera para muito breve, assim como se esperava à cerca de 1 mês.
• Roça das Mangueiras – Ilha do Mussulo (4 noites sozinho e 1 com a Mariana)
• Hospedaria Bunker – Ilha de Luanda (15 noites)
• Hotel Trópico – Centro de Luanda, mais propriamente Kinaxixi (15 noites)
Vou tentar agora efectuar, com a maior brevidade possível, uma descrição de cada um destas casas de descanso
Roça das Mangueiras (a.k.a., “Resort” do Mussulo)
Resort ao melhor estilo Angolano, isto é, espaço muito engraçado mas a comodidade a roçar os mínimos olímpicos. Quer com isto dizer que o quarto apesar de ter umas dimensões generosas, obrigava todos os dias antes de nos deitarmos a alguma actividade física (atenção, nada de piadas), refiro-me à caça da melga, uma vez que estas teimavam em descansar juntamente connosco.
Pequeno almoço simpático, junto da piscina do “Resort” e no meio das palmeiras, muito engraçada. Na eficiência do serviço estava mais uma vez espelhada a escola de hotelaria de Luanda, dou como exemplo o dia em que sozinho a tomar o pequeno almoço (penso mesmo que sozinho no hotel), pedi um copo de sumo e o empregado agradeceu o meu pedido (espante-se) e saiu, voltou pouco depois com um reservatório de 10 litros para junto das mesas, onde despejou um pacote de 1 litro de sumo. Após terminada esta tarefa (que demorou cerca de 20 minutos) foi orgulhosamente encher o que seria o meu copo no reservatório de 20 litros. Está criada uma nova escola de pensamento filosófico, act without thinking. Mas penso que estes pequenos mimos fazem parte da nossa aventura, nomeadamente a osga que avistámos com uma barata na boca, cenário que se confundia com um programa do National Geographic, em que um crocodilo come um veado.
Hospedaria Bunker
Curioso o nome, Bunker, mas mais curioso do que o nome é o hotel em si, uma pérola de África. Situado na “paradisíaca” ilha de Luanda o hotel encontrava-se num importante pólo comercial da cidade, comércio do Peixe (!!!), pois o local de descarga do peixe e venda ás varinas/peixeiras era feito do lado de lá da rua. Esta situação originava situações tão engraçadas como assistir ás ditas peixeiras com um filho pendurado nas costas e um balde de 30 kls na cabeça a entrar pela mala de uma Toyota Hyace, por cima das cabeças umas das outras, enfim, um espectáculo digno de ver, quais Cirque du Soleil quais quê.
Curioso o nome, Bunker, mas mais curioso do que o nome é o hotel em si, uma pérola de África. Situado na “paradisíaca” ilha de Luanda o hotel encontrava-se num importante pólo comercial da cidade, comércio do Peixe (!!!), pois o local de descarga do peixe e venda ás varinas/peixeiras era feito do lado de lá da rua. Esta situação originava situações tão engraçadas como assistir ás ditas peixeiras com um filho pendurado nas costas e um balde de 30 kls na cabeça a entrar pela mala de uma Toyota Hyace, por cima das cabeças umas das outras, enfim, um espectáculo digno de ver, quais Cirque du Soleil quais quê.
O quarto, sem janelas, facto que nos primeiros dias nem demos importância, até por que nos “protegia”da confusão do exterior, ao fim de alguns dias tornou-se insuportável. Foi nessa altura que começámos a perder alguma da nossa pouca lucidez (ehehhe).
A vizinhança do “hotel” (peço desculpa pela excessiva utilização das aspas, mas aqui tudo precisa de umas aspas, é difícil evitar) era constituída essencialmente por homens estrangeiros, daqueles que não viam a mulher à demasiados meses ….
A vizinhança do “hotel” (peço desculpa pela excessiva utilização das aspas, mas aqui tudo precisa de umas aspas, é difícil evitar) era constituída essencialmente por homens estrangeiros, daqueles que não viam a mulher à demasiados meses ….
Mas enfim, tirando isto o hotel até não era mau. Hehehe
Nota: O nome foi dado por nós, uma vez que nada identificava este pólo turístico de Luanda
Hotel Sinistro
Este foi o hotel que precipitou a nossa mudança para o Hotel Trópico, não se encontra referido na listagem inicial porque nunca chegámos a pernoitar nele, os 5 segundos que tivemos lá dentro bastaram para perceber que estávamos ir longe de mais, ie, baixo de mais. Retirámo-nos com a educação que nos é característica e fomos em busca de um novo hotel.
Depois de um sábado inteiro à procura, já no final do dia em desespero de causa ligámos para o Trópico onde nos dizem que têm vagas para 1 semana. Então, 1 semana será.
Hotel Trópico
Meu já bem conhecido hotel, onde a maioria já me conhece a Mariana teve o descanso que já merecia, naquela que foi a sua última semana antes de iniciar a nova actividade. Aqui sim, vingou-se, no primeiro dia foi vê-la em massagens, piscina, jacuzzi, ginásio, etc. no fundo, tirar a barriga de misérias, isto tudo enquanto o escravo trabalhava. Esta é a nossa morada até à data e assim deve permanecer até que mudemos de casa, o que se espera para muito breve, assim como se esperava à cerca de 1 mês.
Espero que a descrição não tenha chegado ao estilo Queirosiano, se bem que os pormenores são tantos que parece que falta sempre dizer mais qualquer coisa.
Um bem haja para todos,
Saudações Angolanas
Saudações Angolanas
terça-feira, 2 de junho de 2009
O Choque da Realidade
2ª feira (dia 11 de Maio) de manhã, saímos do Mussolo para Luanda, agora já sem a escapatória que a noite permitia. Fizemos a estrada da Samba onde só se vê musseques e homens em filas indianas a vender de tudo na rua. Com a esperança que o centro de Luanda fosse ligeiramente melhor logo percebi que, de facto, o centro até pode ser bonito mas é preciso muita imaginação.
Aqui fica uma pequena descrição: As “casas” são na sua maioria velhas e degradadas, só se vê barracas, pó, buracos, lama e poças de àgua verde com mosquitos à volta. Os chaços, quer dizer os carros, têm ferrugem e ausência de algumas peças, por exemplo o pára-choque e nas motas nem pára-choques nem lamas nem piscas. No reverso da medalha, vê-se por todo o lado Jeps e Jepões do mais caro que existe, sendo que muitos dos modelos só existem nos EUA e por incrivel que pareça, cá! O trânsito é caôtico! Digamos que eles até se tentam organizar em faixas de rodagem e então fazem duas num sentido, duas no sentido oposto e uma no meio que é chamada faixa reversível (ora para lá, ora para cá, é inacreditável!). O cheiro depende das zonas, há umas péssimas (a zona do nosso hotel - Ilha) e outras onde não cheira a nada, o que já não é nada mau!
Depois deste primeiro dia, digamos que segundo o Diogo: “Perdi o pio!” coisa rara e nunca vista. Apreensivo com este facto, resolveu usar o seu trunfo de integração, a LAGOSTA do CARIBE. Fomos então jantar aquela que para ele é a melhor lagosta de Luanda, acompanhada com uma cervejinha nacional a CUCA. O que não esperávamos era que viesse servida com batatas fritas. Lagosta com batatas fritas!! What the Hell!! Só aqui é que se lembrariam de tal coisa!
Aqui fica uma pequena descrição: As “casas” são na sua maioria velhas e degradadas, só se vê barracas, pó, buracos, lama e poças de àgua verde com mosquitos à volta. Os chaços, quer dizer os carros, têm ferrugem e ausência de algumas peças, por exemplo o pára-choque e nas motas nem pára-choques nem lamas nem piscas. No reverso da medalha, vê-se por todo o lado Jeps e Jepões do mais caro que existe, sendo que muitos dos modelos só existem nos EUA e por incrivel que pareça, cá! O trânsito é caôtico! Digamos que eles até se tentam organizar em faixas de rodagem e então fazem duas num sentido, duas no sentido oposto e uma no meio que é chamada faixa reversível (ora para lá, ora para cá, é inacreditável!). O cheiro depende das zonas, há umas péssimas (a zona do nosso hotel - Ilha) e outras onde não cheira a nada, o que já não é nada mau!
Depois deste primeiro dia, digamos que segundo o Diogo: “Perdi o pio!” coisa rara e nunca vista. Apreensivo com este facto, resolveu usar o seu trunfo de integração, a LAGOSTA do CARIBE. Fomos então jantar aquela que para ele é a melhor lagosta de Luanda, acompanhada com uma cervejinha nacional a CUCA. O que não esperávamos era que viesse servida com batatas fritas. Lagosta com batatas fritas!! What the Hell!! Só aqui é que se lembrariam de tal coisa!
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